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sábado, 19 de março de 2011

NAVEGAÇÃO OU COMÉRCIO TRIANGULAR



A partir da descoberta do continente americano por Cristóvão Colombo em 12 de Outubro de 1492, o continente foi submetido a uma exploração contínua para extracção dos recursos naturais. O povo ameríndio, “Índio”  indígena ou nativo americano que  foram sacrificados em massa, a exemplo das Antilhas - Bahamas,  Cuba,  Haiti,  Jamaica e República Dominicana - onde o extermínio foi quase completo. Assim, foi iniciada a escravidão na América latina, primeiros com os habitantes nativos, mais tarde, com os africanos trazidos para o Novo Mundo.


Com a introdução das Leis Novas - Leyes Nuevas - de Carlos V, foi proibido o tratamento de índios como bichos  (burros de carga), pelo menos na teoria, porque já não sobraram tantos indígenas, depois das várias epidemias, começaram a importar escravos de África, já que a demanda por oferta de trabalho ainda continuava a crescer. Frei Bartolomé de las Casas recomendava a escravidão dos africanos para aliviar a dura sorte dos índios.


Em 1518, a Coroa espanhola deu a primeira licença para introduzir quatro mil homens às Índias durante oito anos. Este foi o primeiro daqueles “asientos” de negros. O Asiento era a permissão, cedida pela coroa espanhola, de comercializar escravos com as colónias portuguesas, que por muito tempo foram uma lucrativa fonte de ingresso para a Europa. Além do negócio oficial, o contrabando de escravos também era feito, na maioria das vezes por piratas e comerciantes.


A princípio, o comércio foi controlado pelos portugueses, os quais já haviam exportado escravos do Congo desde 1441. Os portugueses seguiram sendo os mercadores de escravos de maior destaque até ao começo do século XVII, quando são superados pelos holandeses,  franceses e ingleses.
No ano de 1713, a British South Sea Company obteve o asiento indefinido como compensação pela Guerra da Sucessão Espanhola. Em 1789 foi permitido o livre comércio de escravos para todas as nações.
No século XVIII foi Portugal a tomar a dianteira na abolição da escravatura. Decorria o Reinado de D.José I quando, em 12 de Fevereiro de 1761, esta foi abolida pelo Marquês de Pombal no Reino e na Índia.

Marquês de Pombal - Sebastião José de Carvalho e Melo

Em Cuba, então parte do Império Espanhol, a escravidão foi legal até 1886 e, no Brasil, foi até 1888, pela Lei Áurea de D. Isabel Leopoldina, filha de D. Pedro II.
Os negreiros realizaram o chamado "comércio triangular" ou “navegação triangular”:
Transportavam rum tabaco e armas da Europa para trocar por escravos e marfim em África e depois vender os escravos na América, donde partiam com matéria-prima para Europa. Durante o tráfico negreiro, cerca de metade dos escravizados morriam durante a viagem.


Não há estatiscas exactas sobre a quantidade de vítimas da escravatura. Alguns estudos efectuados afirmam que entre os séculos XVI e XIX, um total de cem milhões de pessoas foram deportadas ou morreram durante o tráfico. Esta cifra refere-se ao tráfico total (ocidental e oriental), contando também os mortos das guerras de escravização.  
As estimativas sobre o número de escravos que foram transportados para as Américas alcançam os catorze milhões.


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