SEJAM BEM-VINDOS

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MARE QUIDEM COMMUNE CERTO EST OMNIBUS.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O NASCIMENTO E O OCASO DO SOL


O que é o Tempo Universal (UT)?
UT refere-se a uma escala de tempo denominada "Tempo Universal Coordenado" (UTC) que tem como base o sistema mundial do tempo civil, e que é por isso o padrão internacional do tempo. Esta escala de tempo é determinada pelo recurso a sofisticados e precisos relógios atómicos à volta do mundo."Tempo Universal" é o termo para aquilo a que chamamos Greenwich Mean Time (GMT). Zero (0) horas UTC é meia-noite em Greenwich Inglaterra, que se situa no meridiano longitudinal zero. (O padrão UT substituiu o GMT em 1926 porque existiam demasiadas definições diferentes de GMT).


O Tempo Universal baseia-se nas 24 horas do relógio, e assim, as horas da tarde como 4 pm UTC são apresentadas como 16:00 UTC.

O estabelecimento dos fusos horários surge do facto de em cada momento do Sol estar a nascer num local da Terra, a culminar ao meio-dia em outro local, e a pôr-se num terceiro local. Considerando estes factos astronómicos faz sentido usar diferentes escalas de tempo civil em diferentes lugares da Terra.


E a partir do momento que o dia tem 24 horas, o mundo pode ser dividido em bandas longitudinais de 15 graus (360 graus/24 horas) ou em fusos horários. Cada banda representa uma hora. E por isto o tempo local de uma zona difere em algumas horas do Tempo Universal, que coincide com o tempo local na longitude zero. A diferença entre "tempo local" menos"Tempo Universal" é positiva (+) para as zonas a este de Greenwich e negativa (-) para as zonas a oeste.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A BATALHA NAVAL DA GUINÉ



A batalha naval da Guiné foi o choque naval entre a frota portuguesa e a frota castelhana no contexto da Guerra da Sucessão de Castela,  também conhecida por Guerra da Beltraneja, que teve lugar em 1478 perto de São Jorge da Mina, na costa atlântica da Guiné.
Os reis castelhanos, reis Católicos,  nome pelo qual ficou conhecido o casal composto pela rainha Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão. No começo de 1478, começaram a preparar no porto de Sanlúcar duas frotas: uma para comercializar e expulsar os portugueses de São Jorge da Mina, e outra que visava a conquista da ilha da Grande Canária.


Isabel I de Castela decretou que os navios da coroa de Castela teriam prioridade na venda dos produtos vindos da Guiné em relação a outros navios mercantes.
O príncipe João, futuro D. João II de Portugal, cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder, ciente dos planos castelhanos, preparou e organizou rapidamente uma frota de modo a surpreender os seus inimigos castelhanos nas Canárias. No entanto o envio desta mesma frota para o Golfo da Guiné era de momento impossível devido à falta de provisões para acudir a tão rápida organização da armada.  Rui de Pina diplomata português, nomeara Jorge Correa e Mem Palha os comandantes da frota, sendo esta responsabilidade repartida entre os dois.


As duas frotas castelhanas partiram juntas de Sanlúcar de Barrameda. Após terem feito uma paragem em Cádis, rumaram até à costa da Mauritânia onde chegaram a 4 de Maio, e de lá para a Grande Canária, onde atracaram num porto seguro e separaram-se depois de lá chegarem. Uma parte da expedição castelhana às Canárias com apenas 300 soldados desembarcou na Grande Canária. Aquando da chegada de uma embarcação enviada por Fernando II de Aragão com o aviso da eminência da chegada portuguesa, o grosso da frota castelhana com cerca de 1000 soldados retirou.


A frota castelhana com destino a São Jorge da Mina continuou a viagem unida, mas a que rumava com destino às Canárias devido a acção da frota portuguesa foi dispersada imediatamente. A chegada de uma esquadra naval de Portugal provocou a fuga do contingente castelhano nas Canárias, que por isso não conseguiu estabelecer-se efectivamente na ilha.


Os portugueses, entretanto, devido ao temporal, não foram capazes de desembarcar na Grande Canária pelo que decidiram regressar a Portugal, no entanto na viagem de regresso capturaram vários navios carregados com provisões castelhanas, e por isso mudaram de rumo dirigindo-se para a Guiné, onde seria previsível um desembarque castelhano.


A frota castelhana e outros navios mercantes chegaram a São Jorge da Mina – actual cidade de Elmina que se localiza no Gana, no golfo da Guiné - sem qualquer problema ou resistência por parte dos portugueses, arrecadando grandes quantidades de ouro e objectos diversos. No entanto, a ganância excessiva do representante comercial da coroa espanhola fez com que a frota castelhana ficasse por lá vários meses, o que a levou ao encontro com a frota portuguesa.


Os espanhóis, enfraquecidos por doenças tropicais e inactividade, foram atacados de surpresa, sendo derrotados, feitos prisioneiros e levados para Lisboa.
Graças ao ouro conseguido com esta vitória, o rei português Afonso V poderia relançar a guerra por terra contra Castela, onde, além de notícias sobre a derrota causou espanto e críticas do rei católico Fernando II de Aragão. Após o acordo de paz no ano seguinte, o resultado da batalha naval da Guiné foi, provavelmente, decisivo para Portugal para ganhar uma favorável divisão do Atlântico e a hegemonia do mesmo pelo tratado de Tordesilhas.

Pelo que vislumbra na história, a espionagem naquele tempo, entra os dois países era intensa e todas as decisões eram tomadas em consequência das informações prestadas por ambos os serviços secretos.   

sábado, 21 de maio de 2011

BRUGES E A CARTA DE D.PEDRO



BRUGES foi a cidade de onde o Infante D. Pedro - o infante das 7 partidas - escreveu ao seu irmão - o Rei D. Duarte -  a dar exemplos para melhorar Portugal. D. Pedro foi regente de Portugal entre D. Duarte de D. Afonso V e durante esses dez anos aplicou aquilo que conheceu na Europa.... mesmo nos descobrimentos... O rei que se seguiu - o D. Afonso V - foi um palhaço controlado pela nobreza, mas o seu filho e neto de D. Pedro - O rei D. João II - teve um reinado excepcional e afastou a nobreza, sendo mesmo classificado como «PRÍNCIPE PERFEITO»...


Tudo isto que vos disse foi uma introdução para vos mostrar a BRUGES (a) do sec XXI que mantém as suas antigas calçadas.... não perdeu o que tinha de bom e apostam na utilização da bicicleta...

Pela NEGATIVA lembro este Portugal e um presidente de câmara/prefeito, que tem uma cidade cheia de tradições e um dia foi a vila da BICICLETA. Infelizmente ele não sabe ou não quer aproveitar o que tem de bom  e altera ou deixa alterar tudo.... muitas vezes de forma pouco racional criando grande impacto no que os antepassados deixaram...

Afinal precisamos de outro Infante D. Pedro e uma nova CARTA DE BRUGES...


(a) - Bruges é uma cidade belga, capital da província de Flandres Ocidental, na região de Flandres. Tem cerca de 117 mil habitantes. Foi a capital europeia da cultura em 2002, juntamente com a cidade espanhola de Salamanca.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O NOCTURLÁBIO



O Nocturlábio foi um instrumento usado nos primórdios da navegação que servia para se ler a hora através do movimento das estrelas. Pode assim dizer-se que era um relógio sideral. O princípio de funcionamento de um Nocturlábio assenta na observação e leitura do movimento que as estrelas realizam em torno da Estrela Polar.
Este movimento é, como todos sabemos, um movimento aparente resultante da rotação do nosso planeta. Em teoria considera-se que a Estrela Polar está fixa no enfiamento do eixo de rotação da Terra, a Norte, apesar de um pequeno desvio que era de 3º,5 no séc.XV. As estrelas giram no sentido contrário aos dos ponteiros dos relógios em torno da E. Polar (isto no hemisfério norte), e é o movimento de uma das guardas da Ursa Menor, a estrela Kochab, que é observada e usada na leitura do tempo ao longo do ano.

No fim do séc. XIII, o maiorquino Raimundo Lúlio, descreveu a chamada Roda Polar a que chamou de astrolabii nocturni, ficando no entanto conhecida por Nocturlábio. A roda era apontada à E. Polar, alinhando-se a data de observação a leste do orifício por onde se fazia pontaria à referida estrela. A zona onde a Kochab tangia o instrumento indicava a hora.

Neste exemplo da Roda Polar, no dia 15 de Abril, a Kochab indica 23 horas (na coroa exterior em numeração romana), e na 3ª coroa indica ainda a duração média do dia (12 horas) nesse mês.
Outros tipos de rodas foram surgindo, como as Rodas de D.Duarte. O princípio era o mesmo, mas o método de contar o tempo diferia um pouco. Esta roda permitia ainda saber a hora aproximada do nascer do Sol.

Com a Roda de D.Duarte fazia-se na mesmo pontaria à Polar através do orifício central, mas alinhava-se sempre o mês de Janeiro a leste do orifício. O alinhamento da data de observação indica a posição da Kochab à meia-noite dessa data. O número de intervalos na segunda coroa entre a data de observação e a Kochab indica o número de horas que faltam ou passam da meia-noite. Neste exemplo no dia 31 de Maio são cerca das 20 horas (24-2). Para saber a hora do nascer do Sol contamos, na segunda coroa, os intervalos entre a data da observação na 1ª coroa e a mesma data na 4ª coroa, pelo que assim o Sol nasceria às 4,5 horas.
A Roda do Homem do Polo tinha um método semelhante à anterior, e a sua leitura era feita consoante o Regimento de Évora. No exemplo que se segue, com a data de observação em fins de Fevereiro, são cerca das duas horas depois da meia-noite.

No séc.XVI a evolução destes instrumentos apresenta-nos o Nocturlábio de Ponteiro, mais preciso e fácil de usar.

Os exemplos descritos são todos relacionados com a Estrela Polar, mas o Nocturlábio também foi adaptado pelos nossos navegadores para as navegações no hemisfério sul. Nesses mares socorriam-se do Cruzeiro do Sul, já que a E. Polar em latitudes abaixo do Equador já não é visível.

Ao olhar-se para o pólo sul celeste o movimento aparente da esfera celeste é inverso ao do hemisfério oposto quando se está virado para Norte. Assim o instrumento teve de ser também adaptado, tendo inscrito nos círculos os meses e as horas em sentido inverso. Como as estrelas a observar com o instrumento tinham ascensões rectas diferentes, o ponteiro para a data de observação tinha de estar de acordo com as estrelas pretendidas. Alguns instrumentos tinham mais do que um ponteiro para ser usado com mais do que uma estrela.

sábado, 14 de maio de 2011

A MOTIVAÇÃO DOS DESCOBRIMENTOS



Até ao século XIX, considerava-se que a principal motivação para as conquistas africanas em Marrocos tinha sido de ordem religiosa. O cronista Gomes Eanes de Zurara refere que os Infantes tinham as suas razões, os letrados as suas, mas a decisão cabia ao rei D. João I: “Eu não o teria por vitória, nem o faria em boa verdade, ainda que soubesse cobrar todo o mundo por meu, se não sentisse que em alguma maneira era serviço de Deus”. 
O motivo religioso, sobrepondo-se a todos os outros, foi como tal apontado, entre outros, por João de Barros, Luís de Camões, Gil Vicente.
As importantes rotas comerciais da seda e das especiarias, bloqueadas pelo Império Otomano em 1453 com a queda de Constantinopla, foi o que motivou a procura de um caminho marítimo pelo Atlântico, contornando a África.
Mapa das rotas comerciais portuguesas de Lisboa a Nagasaki (em japonês: transl. Nagasaki-ken) em 1580-1640.

Mas havia também outras razões para a conquista de Ceuta, mais de um século depois resumidas pelo carmelita Frei Amador Arrais, ligando-as à acção de D. Afonso IV na Batalha do Salado - “El-Rei Dom João o primeiro, começou a conquista de África, tomãdo Septa, Baluarte da Cristandade, & Chave de toda Hespanha, Porta do comércio do poente para levante."
O inimigo muçulmano dominava o Estreito e era poderoso em Granada. Pela sua posição geográfica, Ceuta era uma base naval que podia servir de apoio à navegação entre a península itálica e Portugal, permitindo também reprimir ou tolher a pirataria dos mouros nas costas do Atlântico.
No século XX, houve historiadores que julgaram o passado com as preocupações do presente, considerando a primazia do interesse económico: procurar acesso directo a fontes de fornecimento de trigo, de ouro ou de escravos no norte de África. Mas houve também historiadores, como David Lopes, rebatendo essa tese: "Ainda que Ceuta tivesse importância como centro de comércio, a sua conquista por cristãos desviaria dela o tráfico muçulmano".


As conquistas de Marrocos, porém, sob o impulso do Infante D. Henrique, vieram a dar lugar aos descobrimentos. Segundo Gomes Eanes de Zurara, na Crónica do descobrimento e conquista da Guiné (Capítulo VII), as expedições organizadas pelo Infante tinham cinco motivações:
1ª - Conhecer a terra além das Canárias e do cabo Bojador;
2ª - Trazer ao reino mercadorias;
3ª - Saber até onde chegava o poder dos muçulmanos;
4ª - Encontrar aliados que o pudessem ajudar numa guerra que durava há trinta e um anos;
5ª - Trazer para a fé de Cristo todas as almas que se quisessem salvar.
Se, com o Infante, ao avançar pela costa de África na direcção do sul, parece haver sobretudo a intenção de envolver pela retaguarda o grande poderio islâmico, adversário da Cristandade (uma estratégia militar e diplomática tributária do espírito das Cruzadas), a crescente intervenção dos "cavaleiros-mercadores" (Magalhães Godinho) nos reinados de D. Afonso V e D. João II, acabará por levar a expansão portuguesa até ao Oriente em busca das especiarias.


Em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Otomanos, as trocas comerciais no Mediterrâneo de Veneza e de Génova ficaram muito reduzidas. O proveito de uma rota comercial alternativa mostrava-se recompensador. Portugal iria ligar directamente as regiões produtoras das especiarias aos seus mercados na Europa. Quando se firma o projecto da descoberta do caminho marítimo para a Índia, a expansão portuguesa está já dominada pelo interesse comercial.


sexta-feira, 6 de maio de 2011

A GIROBÚSSOLA



A Girobússola é a Agulha de marear, não magnética que indica, permanentemente, o rumo verdadeiro. É um tipo particular de bússola, também chamado de bússola direccional ou um sistema de navegação para achar uma direcção fixa, não fundada no campo magnético terrestre, mas nas propriedades do efeito giroscópico.
Este sistema, em comparação com a bússola magnética, tem a vantagem de mostrar o norte geográfico em vez do norte magnético e ser insensível às dificuldades produzidas pelos campos magnéticos perturbantes. Em contrapartida, este sistema requer um motor para iniciar e manter em rotação um rotor. É principalmente usado em navios e aviões e sistemas de mísseis e outros sistemas de navegação. Funciona sob o efeito de precessão aparente, devido à rotação terrestre, como tal, deve ser realinhado periodicamente usando-se uma bússola magnética.

O GPS MARÍTIMO

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O SEXTANTE


O sextante é um instrumento elaborado para medir a abertura angular da vertical de um astro e o horizonte para fins de posicionamento global navegação estimada, mas nada impede de ser usado para calcular as distancias comparando o tamanho aparente de objectos. O seu limbo tem uma extensão angular de 60º (origem da designação sextante) e está graduado de 0º a 120º. Nele corre uma alidade que é um dispositivo de campo destinado a medir ângulos mediante o alinhamento óptico (olho do observador) com uma estrela sobre um marco qualquer. destinada a apontar o instrumento ao objecto visado e a realizar a leitura do ângulo medido. 

Um sistema de dupla reflexão, formado por um espelho móvel e um espelho fixo, permite efectuar a coincidência entre as imagens do horizonte visual e do objecto observado, ou dos dois objectos observados, no caso de se pretender medir o ângulo entre eles. O sextante marítimo, o mais comum, permite realizar medições angulares com uma exactidão de cerca de 0,5 minutos de arco. Devido à sua grande importância histórica na determinação da posição dos navios no mar, o sextante é o símbolo adoptado pela navegação marítima e pelos navegadores há mais de duzentos anos.