SEJAM BEM-VINDOS

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MARE QUIDEM COMMUNE CERTO EST OMNIBUS.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O ARQUIPÉLAGO DA MADEIRA

As ilhas do arquipélago da Madeira supostamente já seriam conhecidas antes da chegada dos portugueses, a crer em referências presentes em algumas obras, bem como na representação em cartas geográficas. Entre essas obras que se referem à Madeira salientam-se passagens do Libro del Conoscimiento, obra de um espanhol, na qual as ilhas são referidas pelo nome de "Leiname", "Diserta" e "Puerto Santo".

Libro del conoscimiento, cujo título completo é Libro del conosçimiento de todos los rregnos et tierras e señoríos que son por el mundo et de las señales et armas que han, é um compêndio manuscrito, geográfico e heráldico, anónimo, redigido no reino de Castela em fins do século XIV, supostamente após 1385, cuja datação não está comprovada. Sob a aparência de uma viagem autobiográfica, contém um itinerário com informações sobre o mundo então conhecido, seus governantes e seus brasões de armas. O texto conservou-se num manuscrito que pertenceu a Jerónimo Zurita, cuja assinatura consta no frontispício e que se considerava perdido desde 1680, quando a sua existência constava em Zaragoza, na posse do conde de San Clemente, para ressurgir num leilão de uma importante galeria de Londres em 1978. O códice, conhecido como "manuscrito" Z, do terceiro quartel do século XV com belas miniaturas atribuíveis a um iluminador aragonês pelos estudos iconográficos e estilísticos, que trabalhou a partir de um manuscrito anterior castelhano da segunda metade do século XIV pelos brasões de armas que figuram na capa, conserva-se actualmente na Bayerische Staatsbibliothek de Munique sob o nome "Cod.hisp. 150".


Em 1418 a ilha do Porto Santo foi redescoberta por João Gonçalves Zarco e por Tristão Vaz Teixeira. No ano seguinte estes navegadores, acompanhados por Bartolomeu Perestrelo, chegam à Ilha da Madeira.


quinta-feira, 30 de junho de 2011

AS ESPECIARIAS (Baunilha e chocolate)



Embora cada região do planeta possua as próprias especiarias, na Europa, a partir das Cruzadas, desenvolveu-se o consumo das variedades oriundas das regiões tropicais, oferecidas pelo mundo islâmico. Para atender a essa demanda, ampliou-se o comércio entre o Ocidente e o Oriente, através de várias rotas – terrestres e marítimas – que uniam não apenas a Europa internamente, pontilhando-a de feiras, mas esta e a China (rota da Seda) e as Índias (rota das especiarias).



Na tentativa de uma solução para contornar o problema, Portugal, seguido pela Espanha, organizaram expedições para a exploração de rotas alternativas marítimas para o Oriente. O projecto português previa um ciclo oriental, contornando a África (o périplo africano), enquanto que o projecto espanhol apostou no ciclo ocidental, que supostamente culminou no descobrimento da América. Há inúmeras controvérsias sobre a casualidade desse facto, já que muitos indícios denunciam o conhecimento prévio da existência do continente americano na Europa.


A baunilha do castelhano vainilla,  pequena vagem, é uma especiaria usada como aromatizante, obtida de orquídeas do género Vanilla, nativas do México. Originalmente cultivada pelos povos mesoamericanos pré-colombianos que parece ter sido levada para a Europa juntamente com o chocolate na década de 1520, pelo conquistador espanhol Hernán Cortés Monroy Pizarro Altamirano.
A história da baunilha está associada à do chocolate. Os astecas, e já antes os maias, decoravam com baunilha uma bebida espessa à base de cacau, destinada aos nobres e aos guerreiros denominada xocoatl, porém, não cultivavam nem a baunilha nem o cacau, devido ao clima impróprio.


Tais produtos de luxo provinham do comércio com as regiões vizinhas. Provavelmente não dispunham do conhecimento agronómico da planta que produzia a baunilha, pois chamavam-lhe tlilxochitl, que significa “flor negra”. 
O desenho da baunilheira no Códice Florentino (ca.1580) e a descrição do seu uso e propriedades está escrita em língua nauatle, também chamada de asteca.
São os totonacas, ocupantes das regiões costeiras do golfo do México, próximo das actuais cidades de Veracruz e Papantla, quem produzia a baunilha e a fornecia aos astecas.


Os espanhóis descobriram a baunilha no início do século XVI por ocasião da conquista da América Central. Tudo leva a crer que o conhecimento decisivo da baunilha está efectivamente ligado à chegada dos espanhóis a Tenochtitlan, e ao encontro de Hernán Cortés com o tlatoani Moctezuma II, descrevendo-a Bernardino de Sahagún, frade franciscano espanhol, nos costumes e em particular no uso da baunilha para aromatizar o chocolate. A primeira referência escrita à baunilha que se conhece, bem como a primeira ilustração, constam no Códice Florentino, de 1552, cuja referência constitui igualmente a primeira a uma orquídea do Novo Mundo.


A baunilha é composta de óleo graxo e ácido benzóico, tem propriedades excitantes, favorece a digestão e admite-se ser afrodisíaca, antiespasmódica e emenagoga. Serve sobretudo como aromatizante, sendo muito utilizada em chocolates e na preparação de doces. Pode ser encontrada em tabletes, em pó, em tintura e em vagem. É um dos excitantes mais agradáveis da matéria média e reputada afrodisíaca por excelência.
O sorvete ou gelado é um tipo de guloseima gelada. Tecnicamente, é denominado gelado comestível e definido como um produto alimentício que é obtido ou a partir de uma emulsão de gorduras e proteínas, com ou sem adição de outros ingredientes e substâncias, ou a partir de uma mistura de água, açúcares e outros ingredientes e substâncias que tenham sido submetidas ao congelamento.


Em ambos os casos, a produção deve ocorrer sob condições tais que garantam a conservação do produto no estado cremoso, parcialmente congelado durante a armazenagem, o transporte e a entrega para consumo.
As mais antigas referências sobre as origens do sorvete incluem uma história sobre o imperador romano Nero (37-68), que teria mandado trazer neve e gelo das montanhas e misturá-lo com frutas, e outra do imperador chinês King Tang (618-697), que teria um método de combinar leite com água do rio.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

OS ILHÉUS DAS FORMIGAS



Os Ilhéus das Formigas localizam-se no oceano Atlântico ao norte da Ilha de Santa Maria, nos Açores.
Apesar de quase sempre referidos entre as ilhas do Grupo Oriental do arquipélago, são um dos locais menos conhecidos dos Açores.
Terão sido avistados por Gonçalo Velho Cabral, em 1431, na sua primeira busca das ilhas achadas pelo piloto Diogo de Silves.
O farol das Formigas está localizado no ilhéu mais a sul, sendo um dos "ex libris" da farolagem açoriana, marcando com o seu perfil característico a paisagem oceânica do recife.
Os ilhéus encontram-se 37 km (20 milhas)  a nordeste da ilha de Santa Maria e 63 km (34 milhas) a SE da ilha de São Miguel, (uma milha náutica=1852mt).  A sua disposição forma um alinhamento Norte-Sul com um comprimento total de 165 m e uma largura de cerca de 80 m. O seu território emerso é de cerca de 0,9 hectares, distribuídos por oito rochedos muito baixos, o mais elevado, o Formigão, apresentam 11 metros acima do nível do mar, pelo que são naturalmente desabitados.
Do ponto de vista geológico, os ilhéus das Formigas são formados, essencialmente, por escoadas de basalto, interrompidas por veios calcários que contêm fósseis de invertebrados marinhos que remontam, possivelmente, ao Miocénico.
As águas circundantes são de grande importância ecológica devido à diversidade de vida marinha que albergam e ao facto de constituírem local de reprodução e alimentação para muitas espécies incluindo tubarões,  tartarugas e vários cetáceos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A ENERGIA DAS ONDAS DO MAR



Dos mais de 2.000Km de costa marítima em Portugal:  
A energia das ondas, provém do aproveitamento das ondas oceânicas. É uma energia "limpa", isto é, sem quaisquer custos para o ambiente.
A instalação de equipamentos técnicos capazes de gerar este tipo de energia ocorreu pela primeira vez em Portugal no ano de 2008, no Parque de Ondas da Aguçadoura, a cerca de três milhas náuticas de Aguçadoura, no município da Póvoa de Varzim.


A energia das ondas é uma fonte de energia renovável que resulta da transformação da energia contida nas ondas marítimas em energia eléctrica. Este tipo de tecnologia, embora não se encontre disponível de forma comercial, tem vindo a ser desenvolvida desde os anos 70 num conjunto de países com potencial para explorar este tipo de energia, que incluem o Reino Unido, Portugal, Noruega, Japão.


Ao contrário do que acontece na energia eólica, existe uma grande variedade de tecnologias em desenvolvimento para a produção de energia das ondas, que resultam das diferentes formas em que a energia pode ser capturada e também das diferentes profundidades e características geológicas das localização escolhida. Desta forma podem ser encontradas mais do que uma centena de sistemas de energia das ondas em diversas fases de desenvolvimento.


Para além de um conjunto de protótipos em fase de teste, existem em operação há cerca de 10 anos duas centrais de Coluna de Água Oscilante do tipo costeiro em operação na Europa. Uma delas, a Central de Ondas do Pico, está localizada na ilha do Pico, Açores, sendo utilizada para investigação pelo Centro de Energia das Ondas - Wave Energy Centre.


A outra está localizada na ilha de Islay na Escócia, sendo utilizada pela Voith Hydro Wavegen.


Mais recentemente têm sido testados protótipos flutuantes para serem utilizados longe da costa. Em 2004 foi testado um protótipo da AWS na Aguçadoura, Portugal, no mesmo local onde em 2008 seriam testados 3 dispositivos Pelamis. Grande parte, dos testes mais recentes de protótipos de energia das ondas tem ocorrido no European Marine Energy Centre nas ilhas Orkney na Escócia.


segunda-feira, 30 de maio de 2011

O NASCIMENTO E O OCASO DO SOL


O que é o Tempo Universal (UT)?
UT refere-se a uma escala de tempo denominada "Tempo Universal Coordenado" (UTC) que tem como base o sistema mundial do tempo civil, e que é por isso o padrão internacional do tempo. Esta escala de tempo é determinada pelo recurso a sofisticados e precisos relógios atómicos à volta do mundo."Tempo Universal" é o termo para aquilo a que chamamos Greenwich Mean Time (GMT). Zero (0) horas UTC é meia-noite em Greenwich Inglaterra, que se situa no meridiano longitudinal zero. (O padrão UT substituiu o GMT em 1926 porque existiam demasiadas definições diferentes de GMT).


O Tempo Universal baseia-se nas 24 horas do relógio, e assim, as horas da tarde como 4 pm UTC são apresentadas como 16:00 UTC.

O estabelecimento dos fusos horários surge do facto de em cada momento do Sol estar a nascer num local da Terra, a culminar ao meio-dia em outro local, e a pôr-se num terceiro local. Considerando estes factos astronómicos faz sentido usar diferentes escalas de tempo civil em diferentes lugares da Terra.


E a partir do momento que o dia tem 24 horas, o mundo pode ser dividido em bandas longitudinais de 15 graus (360 graus/24 horas) ou em fusos horários. Cada banda representa uma hora. E por isto o tempo local de uma zona difere em algumas horas do Tempo Universal, que coincide com o tempo local na longitude zero. A diferença entre "tempo local" menos"Tempo Universal" é positiva (+) para as zonas a este de Greenwich e negativa (-) para as zonas a oeste.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A BATALHA NAVAL DA GUINÉ



A batalha naval da Guiné foi o choque naval entre a frota portuguesa e a frota castelhana no contexto da Guerra da Sucessão de Castela,  também conhecida por Guerra da Beltraneja, que teve lugar em 1478 perto de São Jorge da Mina, na costa atlântica da Guiné.
Os reis castelhanos, reis Católicos,  nome pelo qual ficou conhecido o casal composto pela rainha Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão. No começo de 1478, começaram a preparar no porto de Sanlúcar duas frotas: uma para comercializar e expulsar os portugueses de São Jorge da Mina, e outra que visava a conquista da ilha da Grande Canária.


Isabel I de Castela decretou que os navios da coroa de Castela teriam prioridade na venda dos produtos vindos da Guiné em relação a outros navios mercantes.
O príncipe João, futuro D. João II de Portugal, cognominado O Príncipe Perfeito pela forma como exerceu o poder, ciente dos planos castelhanos, preparou e organizou rapidamente uma frota de modo a surpreender os seus inimigos castelhanos nas Canárias. No entanto o envio desta mesma frota para o Golfo da Guiné era de momento impossível devido à falta de provisões para acudir a tão rápida organização da armada.  Rui de Pina diplomata português, nomeara Jorge Correa e Mem Palha os comandantes da frota, sendo esta responsabilidade repartida entre os dois.


As duas frotas castelhanas partiram juntas de Sanlúcar de Barrameda. Após terem feito uma paragem em Cádis, rumaram até à costa da Mauritânia onde chegaram a 4 de Maio, e de lá para a Grande Canária, onde atracaram num porto seguro e separaram-se depois de lá chegarem. Uma parte da expedição castelhana às Canárias com apenas 300 soldados desembarcou na Grande Canária. Aquando da chegada de uma embarcação enviada por Fernando II de Aragão com o aviso da eminência da chegada portuguesa, o grosso da frota castelhana com cerca de 1000 soldados retirou.


A frota castelhana com destino a São Jorge da Mina continuou a viagem unida, mas a que rumava com destino às Canárias devido a acção da frota portuguesa foi dispersada imediatamente. A chegada de uma esquadra naval de Portugal provocou a fuga do contingente castelhano nas Canárias, que por isso não conseguiu estabelecer-se efectivamente na ilha.


Os portugueses, entretanto, devido ao temporal, não foram capazes de desembarcar na Grande Canária pelo que decidiram regressar a Portugal, no entanto na viagem de regresso capturaram vários navios carregados com provisões castelhanas, e por isso mudaram de rumo dirigindo-se para a Guiné, onde seria previsível um desembarque castelhano.


A frota castelhana e outros navios mercantes chegaram a São Jorge da Mina – actual cidade de Elmina que se localiza no Gana, no golfo da Guiné - sem qualquer problema ou resistência por parte dos portugueses, arrecadando grandes quantidades de ouro e objectos diversos. No entanto, a ganância excessiva do representante comercial da coroa espanhola fez com que a frota castelhana ficasse por lá vários meses, o que a levou ao encontro com a frota portuguesa.


Os espanhóis, enfraquecidos por doenças tropicais e inactividade, foram atacados de surpresa, sendo derrotados, feitos prisioneiros e levados para Lisboa.
Graças ao ouro conseguido com esta vitória, o rei português Afonso V poderia relançar a guerra por terra contra Castela, onde, além de notícias sobre a derrota causou espanto e críticas do rei católico Fernando II de Aragão. Após o acordo de paz no ano seguinte, o resultado da batalha naval da Guiné foi, provavelmente, decisivo para Portugal para ganhar uma favorável divisão do Atlântico e a hegemonia do mesmo pelo tratado de Tordesilhas.

Pelo que vislumbra na história, a espionagem naquele tempo, entra os dois países era intensa e todas as decisões eram tomadas em consequência das informações prestadas por ambos os serviços secretos.