As ilhas do arquipélago da Madeira supostamente já seriam conhecidas antes da chegada dos portugueses, a crer em referências presentes em algumas obras, bem como na representação em cartas geográficas. Entre essas obras que se referem à Madeira salientam-se passagens do Libro del Conoscimiento, obra de um espanhol, na qual as ilhas são referidas pelo nome de "Leiname", "Diserta" e "Puerto Santo".
O Libro del conoscimiento, cujo título completo é Libro del conosçimiento de todos los rregnos et tierras e señoríos que son por el mundo et de las señales et armas que han, é um compêndio manuscrito, geográfico e heráldico, anónimo, redigido no reino de Castela em fins do século XIV, supostamente após 1385, cuja datação não está comprovada. Sob a aparência de uma viagem autobiográfica, contém um itinerário com informações sobre o mundo então conhecido, seus governantes e seus brasões de armas. O texto conservou-se num manuscrito que pertenceu a Jerónimo Zurita, cuja assinatura consta no frontispício e que se considerava perdido desde 1680, quando a sua existência constava em Zaragoza, na posse do conde de San Clemente, para ressurgir num leilão de uma importante galeria de Londres em 1978. O códice, conhecido como "manuscrito" Z, do terceiro quartel do século XV com belas miniaturas atribuíveis a um iluminador aragonês pelos estudos iconográficos e estilísticos, que trabalhou a partir de um manuscrito anterior castelhano da segunda metade do século XIV pelos brasões de armas que figuram na capa, conserva-se actualmente na Bayerische Staatsbibliothek de Munique sob o nome "Cod.hisp. 150".
Em 1418 a ilha do Porto Santo foi redescoberta por João Gonçalves Zarco e por Tristão Vaz Teixeira. No ano seguinte estes navegadores, acompanhados por Bartolomeu Perestrelo, chegam à Ilha da Madeira.
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