Cronologia dos descobrimentos portugueses (1415-1543) | |||||
Data | Descobrimento | Oceano/Mar | Continente /Arquipélago | ||
1336 | Provável primeira expedição às ilhas Canárias, a que se seguiram expedições adicionais em 1340 e 1341, embora tal seja disputado. | Atlântico | Canárias | Afonso IV (1325-1357) | |
1415 | Tropas portuguesas sob o comando de João I de Portugal conquistam Ceuta. Este acontecimento é geralmente referido como o início da expansão ou descobrimentos Portugueses | - | África do Norte | João I (1385-1433) | |
1419 | João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira descobrem a Ilha de Porto Santo, na Madeira. | Atlântico | Arquipélago da Madeira | ||
1420 | Os mesmos navegadores, com Bartolomeu Perestrelo, descobrem a Ilha da Madeira, que foi de imediato colonizada. | Atlântico | Arquipélago da Madeira | ||
1422 | Após sucessivas viagens, o cabo Não, considerado o limite navegável a sul por árabes e europeus, é ultrapassado, alcançando-se o Bojador. | Atlântico | África | ||
1427 | Diogo de Silves descobre (ou redescobre) as lhas açorianas ocidentais e centrais, que seriam colonizadas em 1431 por Gonçalo Velho Cabral. | Atlântico | Arquipélago dos Açores | ||
1434 | Gil Eanes dobra o Cabo Bojador, dissipando o terror que este promontório inspirava. | Atlântico | África (Saara Ocidental) | Duarte I (1433-38) | |
1435-1436 | Gil Eanes e Afonso Gonçalves Baldaia descobrem Angra de Ruivos e este último chegou ao Rio de Ouro, no Saara Ocidental. | África (Saara ocidental) | |||
1441 | Nuno Tristão chega ao Cabo Branco com Gonçalo Afonso. | Atlântico | África (Mauritânia) | Afonso V (1438-81) | |
1443 | Nuno Tristão entrou no golfo de Arguim. | Atlântico | África (Mauritânia) | ||
1444 | Dinis Dias descobriu o cabo Cabo Verde (Dakar) e a ilha de Palma. | Atlântico | África (Senegal) | ||
1445 | Álvaro Fernandes passou além do Cabo Verde (cabo), aportou na ilha de Goreia e chegou ao "Cabo dos Mastros" (cabo vermelho? provavelmente entre o Cabo Verde e o rio Gâmbia). | Atlântico | |||
1446 | Álvaro Fernandes chegou ao norte da Guiné-Bissau. | Atlântico | África (Guiné-Bissau) | ||
1452 | Diogo de Teive descobriu as ilhas Flores e Corvo nos Açores. | Atlântico | Arquipélago dos Açores | ||
1455 | Bula Romanus Pontifex do Papa Nicolau V confirma as explorações portuguesas e declara que todas as terras e mares a sul do Cabo Bojador e do Cabo Não são pertença dos reis de Portugal. | - | - | ||
1456 - 1460 | Viagens de Alvise Cadamosto, Diogo Gomes e António da Noli descobriram as primeiras ilhas do arquipélago de Cabo Verde. | Atlântico | Arquipélago de Cabo Verde | ||
1460 | Morte do Infante D. Henrique. A sua exploração sistemática do Atlântico alcançou em vida os 8º N na costa africana e os 40º O no oceano Atlântico (Mar dos Sargaços). | - | - | ||
1461 | Diogo Gomes e Antonio da Noli descobrem mais ilhas de Cabo Verde. | Atlântico | Arquipélago de Cabo Verde | ||
1461 | Diogo Afonso descobre as ilhas ocidentais do arquipélago de Cabo Verde. | Atlântico | Arquipélago de Cabo Verde | ||
1471 | João de Santarém e Pêro Escobar cruzaram o Equador e descobriram o Hemisfério Sul, iniciando a navegação guiada pelo Cruzeiro do Sul. Foram do golfo da Guiné à foz do Níger. | Atlântico | África (Nigéria) | ||
1470 | João de Santarém e Pêro Escobar terão atingido as ilhas de São Tomé e Príncipe, exploradas entre 1472-75 por Fernão Pó, entre outros. | Atlântico | África (costa de Gabão) | ||
1472-1474 | João Vaz Corte-Real e Álvaro Martins Homem poderão ter atingido a Terra Nova. Descoberta não comprovada. | Atlântico | América do Norte (Canadá) | ||
1479 | O Tratado das Alcáçovas estabelece o controlo português dos Açores, Guiné, Elmina, Madeira e Cabo Verde e o controlo castelhano das ilhas Canárias. | - | - | ||
1482 - 1484 | Diogo Cão chegou ao estuário do Rio Congo (Congo) onde deixou um Padrão de pedra, substituindo as habituais cruzes de madeira; subiu 150Km a montante do rio até às cataratas de Ielala. | João II (1481-95) | |||
1485-1486 | Numa segunda viagem, Diogo Cão passou o Cabo Padrão (Cape Cross) e terá chegado a Walvis Bay, na Namíbia. | Atlântico | África (Namíbia) | ||
1487 | Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã partiram de Lisboa, viajando por terra em busca do reino do Preste João, na Etiópia. | África (Etiópia) | |||
1487-1488 | Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas, futuro Cabo da Boa Esperança, coroando 50 anos de esforço e numerosas expedições, entrando pela primeira vez no Oceano Índico. Afonso de Paiva e Pêro da Covilhão chegam a Adém. | Atlântico/Índico | |||
1489 - 1492 | Foram feitas várias expedições ao Atlântico Sul para mapear os ventos. | Atlântico | |||
1494 | Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, dividindo o mundo por descobrir entre si. | - | - | ||
1495 ou 1500 | Viagem de João Fernandes Lavrador e Pêro de Barcelos à Gronelândia (Terra do Bacalhau). Nesta viagem avistaram a terra que nomearam Labrador (lavrador). | Atlântico | América do Norte (Gronelândia) | Manuel I (1495-1521) | |
1497 - 1499 | Vasco da Gama comandou a primeira frota a contornar África e chegar a Calecute na Índia, e regressou. | Índico | Ásia (Índia) | ||
1498 | Duarte Pacheco Pereira terá explorado o Atlântico Sul (e terá alcançado a foz do rio Amazonas e a ilha do Marajó no que terá sido uma expedição secreta-não existem provas) | Atlântico | América do Sul | ||
1500-1501 | A segunda frota para a Índia comandada por Pedro Álvares Cabral atinge o Brasil, aportando em Porto Seguro. | Atlântico | América do Sul (Brasil) | ||
1500 - 1501 | Gaspar Corte Real e Miguel Corte Real atingiram a Terra Nova, que nomeou Terras de Corte Real (Canadá). | Atlântico | América do Norte (Canadá) | ||
1500 | A 10 de Agosto Diogo Dias, navegador da frota de Pedro Álvares Cabral na segunda armada à Índia, descobriu uma ilha a que deu o nome de São Lourenço, mais tarde designada Madagáscar. | Índico | África Oriental (Madagáscar) | ||
1502 | Vasco da Gama vindo da Índia avistou as então chamadas Ilhas do Almirante (Seychelles). | Índico | África Oriental | ||
1502 | Miguel Corte-Real partiu para a Nova Inglaterra em busca do seu irmão Gaspar. João da Nova descobriu a Ilha de Ascensão. Fernão de Noronha descobriu as ilhas que mantêm o seu nome, Fernando Noronha, em Pernambuco. | Atlântico | |||
1503 | De regresso do Oriente Estevão da Gama descobriu a Ilha de Santa Helena. | Atlântico | |||
1503 | A caminho da Índia António de Saldanha foi o primeiro europeu a ancorar na Baía de Saldanha e a ascender à Montanha da Mesa, que nomeou, na atual África do Sul. | Atlântico | África do Sul | ||
1505 | Gonçalo Álvares, da frota do primeiro vice-rei, ruma a sul, onde "a água e até o vinho gelavam" descobrindo a Ilha de Gonçalo Álvares (Gough Island) | Atlântico | |||
1505 | Lourenço de Almeida chegou ao que chamou Ceilão (Sri Lanka), a "Taprobana" dos registos clássicos gregos. | Índico | Ásia | ||
1506 | Tristão da Cunha descobriu a Ilha de Tristão da Cunha no Atlântico Sul. Navegadores portugueses aportaram em Madagáscar. | Atlântico | África do Sul | ||
1507-1512 | Os portugueses foram os primeiros europeus a aportar nas Ilhas Mascarenhas, no Índico, nomeadas em homenagem a Pedro Mascarenhas | Índico | Ilhas Mascarenhas | ||
1509 | Diogo Lopes de Sequeira atravessou o golfo de Bengala e chegou a Malaca (Malásia), com ele viajava Fernão de Magalhães, que viria a fazer a primeira viagem de circum-navegação ao globo, ao serviço de Espanha em 1519-22. | Índico | Ásia (Sudeste Asiático) | ||
1511 | Duarte Fernandes foi o primeiro europeu a chegar ao Reino do Sião (Tailândia), enviado por Afonso de Albuquerque durante a conquista de Malaca. | Índico | Ásia (Tailândia) | ||
1511 | Rui Nunes da Cunha foi o primeiro europeu a chegar a Pegu (Birmânia, Myanmar), enviado por Albuquerque. | Índico | Ásia (Birmânia) | ||
1511 | António de Abreu, Francisco Serrão e Simão Afonso Bisagudo são enviados por Albuquerque em busca das "ilhas das especiarias". Serrão naufraga em Ternate nas Molucas (Indonésia). | Índico | Ásia (Sudeste asiático) | ||
1512 | António de Abreu chegou à ilha de Timor e às ilhas Banda, Ambão e Seram. | Índico | Ásia (Sudeste asiático) | ||
1512 | Pedro Mascarenhas descobriu a ilha Diego Garcia. Chegou também à ilha Maurícia, que poderia já ser conhecida em expedições anteriores de Diogo Dias e Afonso de Albuquerque. | Índico | Ilhas Mascarenhas | ||
1513 | Afonso de Albuquerque atravessa o estreito de Bab-el-Mandeb no Mar Vermelho liderando a primeira frota europeia a navegar nessas águas. | Mar Vermelho | África/Ásia | ||
1513 | Jorge Álvares partindo de Malaca é o primeiro europeu a aportar no sul da China, na Ilha de Lintin, no estuário do Rio das Pérolas. | Índico/Pacífico | Ásia (China) | ||
1516 | Portugueses aportam em Da Nang, no Reino de Champa que nomeiam Cochinchina, (actual Vietname). | Índico | Ásia (Indochina) | ||
1516-1517 | Rafael Perestrelo comandou o primeiro navio comercial a aportar na China continental, em Cantão. Fernão Pires de Andrade e Tomé Pires foram enviados de D. Manuel I para estabelecer relações oficiais entre o Império Português e a Dinastia Ming, no reinado do imperador Zhengde. | Índico/Pacífico | Ásia (China) | ||
1520 | Francisco Álvares e uma embaixada portuguesa chegam à Etiópia onde encontram Pêro Vaz de Caminha. | Índico | África | ||
1520 | (Diogo Pacheco terá visitado Kimberley, na Austrália em busca da "Ilha do Ouro" a sul e a sudeste de Sumatra, Java e Sunda, informado por Malaios e Sumatreses, presentes na sua tripulação.- descoberta não reconhecida oficialmente) | Índico/Pacífico | (Sudeste asiático/Oceania) | ||
1522 | (Cristovão de Mendonça terá descoberto a Austrália e Nova Zelândia, partindo de Belém em 1521 – (descoberta não reconhecida oficialmente) | Índico/Pacífico | (Oceania) | João III (1521-57) | |
1525 | Gomes de Sequeira e Diogo da Rocha foram enviados pelo governador Jorge de Meneses, à descoberta de territórios a norte das Molucas, foram os primeiros europeus a chegar às Ilhas Carolinas, a nordeste da Nova Guiné, que então nomearam "Ilhas de Sequeira". (A Austrália teria sido descoberta por Cristóvão de Mendonça e Gomes de Sequeira em 1525 - descoberta não reconhecida oficialmente) | Pacífico | Ilhas Carolinas | ||
1526 | Jorge de Meneses aportou na ilha Waigeo na Papua Ocidental (Nova Guiné) | Pacífico | Oceania (Melanésia) | ||
1528 | Diogo Rodrigues explorou o arquipélago das Mascarenhas, que nomeou em homenagem ao seu companheiro Pedro de Mascarenhas, que compreende a Reunião, Maurícia e Rodrigues. | Índico | Ilhas Mascarenhas | ||
1529 | É assinado o Tratado de Saragoça, que estabelece o antemeridiano de Tordesilhas, limite leste das explorações portuguesas e espanholas, para solucionar a chamada "Questão das Molucas". | - | - | ||
1538 | João Fogaça chega à Papua-Nova Guiné enviado por António Galvão. | Pacífico | Oceania | ||
1542-1543 | Fernão Mendes Pinto, Diogo Zeimoto e Cristóvão Borralho chegaram ao Japão. | Pacífico | Ásia (Japão) | ||
1586 | António da Madalena um frade Capuchinho foi um dos primeiros visitantes ocidentais a chegar a Angkor (actual Camboja) | Ásia (Cambodja) | Filipe I (1581-98) | ||
1602 - 1606 | Bento de Góis, missionário jesuíta, foi o primeiro europeu a percorrer o caminho terrestre da Índia para a China, através da Ásia Central. | - | Ásia Central | Filipe II (1598-1621) | |
1624 | António de Andrade e Manuel Marques, missionários jesuítas, viajaram de Agra (Índia) a Chaparangue, sendo os primeiros europeus documentados a chegar ao Tibete. | - | Ásia (Tibete) | Filipe III (1621-40) | |
1626 | Estêvão Cacella, missionário jesuíta, viajou através dos Himalaias e foi o primeiro europeu a entrar no Butão. | - | Ásia (Butão) | ||
1636 - 1638 | Pedro Teixeira partiu de Belém do Pará subindo o rio Amazonas e alcançou Quito, no Equador, numa expedição de mais de mil homens. | Rio Amazonas | Brasil (Rio Amazonas) |
sexta-feira, 29 de abril de 2011
CRONOLOGIA DOS DESCOBRIMENTOS
terça-feira, 26 de abril de 2011
CABO DA BOA ESPERANÇA - CAPE OF GOOD HOPE
Adamastor é um mítico gigante baseado na mitologia greco-romana. Representa as forças da natureza contra Vasco da Gama sob a forma de uma tempestade, ameaçando a ruína daquele que tentasse dobrar o Cabo da Boa Esperança e penetrasse no Oceano Índico, os alegados domínios do Adamastor.
É o nome atribuído a um dos gigantes, filhos de Terra, que se rebelaram contra Zeus. Fulminados por este, ficaram dispersos e reduzidos a promontórios, ilhas e fraguedos. O seu nome surge, certamente, pela primeira vez por Gaius Sollius Sidonius Apollinaris (430/486 dC).
Foi popularizado ao ser usado com verdadeira mestria por Luís de Camões, no Canto V da epopeia portuguesa Os Lusíadas, como o gigante do Cabo das Tormentas, que afundava as naus, e cuja figura se desfazia em lágrimas, que eram as águas salgadas que banhavam a confluência dos oceanos Atlântico e Índico. O episódio do Adamastor representa, assim, em figuração grandiosa e comovida, a sua oposição à audácia dos navegadores portugueses e a predição da história trágico-marítima que se lhe seguiria.
Adamastor cruel!... De teus furores
Quantas vezes me lembro horrorizado!
Ó monstro! Quantas vezes tens tragado
Do soberbo Oriente dos domadores!
Quantas vezes me lembro horrorizado!
Ó monstro! Quantas vezes tens tragado
Do soberbo Oriente dos domadores!
Parece-me que entregue a vis traidores
Estou vendo Sepúlveda afamado,
Com a esposa, e com os filhinhos abraçado
Qual Mavorte com Vênus e os Amores.
Estou vendo Sepúlveda afamado,
Com a esposa, e com os filhinhos abraçado
Qual Mavorte com Vênus e os Amores.
Parece-me que vejo o triste esposo,
Perdida a tenra prole e a bela dama,
Às garras dos leões correr furioso.
Perdida a tenra prole e a bela dama,
Às garras dos leões correr furioso.
Bem te vingaste em nós do afouto Gama!
Pelos nossos desastres és famoso:
Pelos nossos desastres és famoso:
Maldito Adamastor! Maldita fama!
O Cabo da Boa Esperança, em inglês: Cape of Good Hope, é um cabo no sul da África do Sul, a sul da Cidade do Cabo e a oeste da baía Falsa. Pertence politicamente à província do Cabo Ocidental.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
PORTUGAL ULTRAMARINO
Império Português é a designação comum dada ao conjunto dos territórios ultramarinos ocupados e administrados por Portugal a partir do início século XV até ao século XX. O termo "Império Português", no entanto, nunca foi usado oficialmente. A designação oficial mais utilizada para o conjunto dos territórios ultramarinos portugueses foi simplesmente "Ultramar Português". Já a designação "Império Colonial Português" foi oficial, mas apenas durante um breve período, de 1930 a 1951.
O Império Português foi o primeiro império global da história, com um conjunto de territórios repartidos por cinco continentes sob soberania portuguesa, resultado das explorações realizadas na Era dos descobrimentos. Foi o mais duradouro dos impérios coloniais europeus modernos, já que a presença portuguesa fora da Europa abrangeu quase seis séculos. Foi governado pela Casa de Avis por cerca de cento e cinquenta anos, depois por sessenta anos, pela Casa de Habsburgo, posteriormente pela Casa de Bragança por trezentos anos, e a partir de 1910 foi governado pela República Portuguesa.
Convenciona-se o início do Império como sendo a conquista de Ceuta em 1415. Já o final do Império, consoante o critério utilizado, pode ser considerado o ano de 1975 - independência da maior parte dos territórios -, o ano 1999 - fim da administração portuguesa de Macau, o último território ultramarino ainda administrado de facto por Portugal - ou o ano de 2002 - data da independência de Timor-Leste, último território ultramarino considerado de jure sob soberania portuguesa.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
TEORIA DA DESCOBERTA DA AUSTRÁLIA PELOS PORTUGUESES
Embora a maioria dos historiadores sustente que a descoberta europeia da Austrália ocorreu em 1606 com a viagem do navegador neerlandês Willem Janszoon a bordo do Duyfken, foram avançadas numerosas teorias alternativas.
A precedência da descoberta foi reclamada pela China, Portugal, França, Espanha e, até, para os Fenícios. Dessas teorias, uma das mais bem suportadas é a teoria da descoberta da Austrália pelos portugueses.
O primeiro contacto europeu com o continente do Sul teria sido efectuado por navegadores portugueses, embora não haja referências a esta viagem ou viagens nos arquivos históricos de Portugal. A principal evidência para estas visitas não declaradas foi a descoberta de dois canhões portugueses afundados ao largo da baía de Broome na costa noroeste da Austrália. A tipologia dessas peças de artilharia indica serem de fabricação portuguesa, podendo ser datadas entre os anos de 1475 e 1525.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
CANHÕES
CANHÕES DA TORRE DE BELÉM
É desconhecida a época em que foram inventadas as bocas-de-fogo; uns atribuem a sua invenção aos chineses, outros à Alemanha, outros aos árabes, e alguns à Itália. Também é desconhecido qual foi a primeira nação que empregou na guerra a arma de artilharia. É, porém, fora de dúvida, que entre os povos da Europa, foram os portugueses uns dos primeiros que possuíram essas terríveis armas (denominada de trom), conhecendo-as desde os meados do século XIV, apesar de haver quem diga que já se tinham utilizado na tomada de Silves, no reinado de D. Sancho I.
O mestre de Avis, tinha recebido a disputada coroa portuguesa e o título de Dom João I em 1384. Para defender as suas fronteiras contra os ataques castelhanos, as indústrias portuguesas começaram a produzir canhões com as técnicas metalúrgicas dos sarracenos. As indústrias portuguesas obtiveram aço maleável para armas de fogo nas forjas do Arcebispo e em Santa Clara. Dom Afonso V estabeleceu em Portugal a primeira Unidade de Artilharia em 1449 e o cargo de Provedor Mor da Artilharia. Os canhões foram instalados pela primeira vez em Portugal para a defesa das fronteiras, rios e mares. Em Lisboa, os canhões também foram instalados em navios com casco reforçado para mil tonéis, cujo modelo foi utilizado na construção de caravelas.
A força militar portuguesa esteve protegida por tais canhões durante os Descobrimentos portugueses. Estes canhões eram mais leves do que os conhecidos e tinham o alcance de aproximadamente duas milhas e meia, impedindo a agressão inimiga.
Assim fez Cabral sobre Calecut na Índia, após a descoberta do Brasil. Vasco da Gama também provocou pesadas baixas sobre Calecut. O Comandante Duarte Pacheco Pereira em Cochim com dezoito canhões abateu 150 navios árabes. Outros comandantes portugueses impuseram o domínio bélico sobre a China e o Japão. O calibre dos canhões era identificado pelo peso dos projécteis em libras, ao peso de 0,456 kg: 12 libras; 18 libras, 24 libras.
O trecho a seguir, tradução de um manuscrito francês de 1748, intitulado Relâche du Vaisseau L'Arc-en-ciel à Rio de Janeiro, que se encontra na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa, dá-nos um relato de como era protegida a Baía da Guanabara, naquela época por uma fortaleza, com canhões:
"A Fortaleza de Santa Cruz, a mais importante do país, está situada sobre a ponta de um rochedo, num local onde todos os barcos que entram ou saem do porto são obrigados a passar a uma distância inferior ao alcance de um tiro de mosquete. A fortificação consiste numa compacta obra de alvenaria de 20 a 25 pés de altura, revestida por umas pedras brancas que parecem frágeis. A sua artilharia conta com 60 peças de canhão, de 18 e 24 polegadas de calibre, instaladas de modo a cobrir a parte externa da entrada do porto, a passagem e uma parte do interior da baía. Cada uma das peças referidas foi colocada no interior de uma canhoneira, o que gera um inconveniente: mesmo diante de um alvo móvel, como um barco a vela, elas só podem atirar numa única direcção."
SAGRES
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