SEJAM BEM-VINDOS

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quarta-feira, 6 de abril de 2011

MAR TEMPESTUOSO

Como quando do mar tempestuoso
o marinheiro, lasso e trabalhado,
de um naufrágio cruel já salvo a nado,
só ouvir falar nele o faz medroso,

e jura que, em que veja bonançoso
o violento mar e sossegado,
não entre nele mais, mas vai, forçado
pelo muito interesse cobiçoso;

assi, Senhora, eu, que da tormenta
de vossa vista fujo, por salvar-me,
jurando de não mais em outra ver-me:

minha alma, que de vós nunca se ausenta,
dá-me por preço ver-vos, faz tornar-me
donde fugi tão perto de perder-me.
Luís Vaz de Camões




3 comentários:

  1. Josmael....
    Isso é CAMÕES.... escrito em maiúsculas...
    Leitura obrigatória por todos nós que falamos Português.... CAMÕES... a língua portuguesa em sua mais alta feição poética....
    Gostaria que você postasse algo de Gil Vicente....

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  2. Que tal o "AUTOS DAS BARCAS" de Gil Vicente, publicação da "BIBLIOTECA ESSENCIAL".
    Obrigado pela sugestão.

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