Embora cada região do planeta possua as próprias especiarias, na Europa, a partir das Cruzadas, desenvolveu-se o consumo das variedades oriundas das regiões tropicais, oferecidas pelo mundo islâmico. Para atender a essa demanda, ampliou-se o comércio entre o Ocidente e o Oriente, através de várias rotas – terrestres e marítimas – que uniam não apenas a Europa internamente, pontilhando-a de feiras, mas esta e a China (rota da Seda) e as Índias (rota das especiarias).
Na tentativa de uma solução para contornar o problema, Portugal, seguido pela Espanha, organizaram expedições para a exploração de rotas alternativas marítimas para o Oriente. O projecto português previa um ciclo oriental, contornando a África (o périplo africano), enquanto que o projecto espanhol apostou no ciclo ocidental, que supostamente culminou no descobrimento da América. Há inúmeras controvérsias sobre a casualidade desse facto, já que muitos indícios denunciam o conhecimento prévio da existência do continente americano na Europa.
A baunilha do castelhano vainilla, pequena vagem, é uma especiaria usada como aromatizante, obtida de orquídeas do género Vanilla, nativas do México. Originalmente cultivada pelos povos mesoamericanos pré-colombianos que parece ter sido levada para a Europa juntamente com o chocolate na década de 1520, pelo conquistador espanhol Hernán Cortés Monroy Pizarro Altamirano.
A história da baunilha está associada à do chocolate. Os astecas, e já antes os maias, decoravam com baunilha uma bebida espessa à base de cacau, destinada aos nobres e aos guerreiros denominada xocoatl, porém, não cultivavam nem a baunilha nem o cacau, devido ao clima impróprio.
Tais produtos de luxo provinham do comércio com as regiões vizinhas. Provavelmente não dispunham do conhecimento agronómico da planta que produzia a baunilha, pois chamavam-lhe tlilxochitl, que significa “flor negra”.
O desenho da baunilheira no Códice Florentino (ca .1580) e a descrição do seu uso e propriedades está escrita em língua nauatle, também chamada de asteca.
São os totonacas, ocupantes das regiões costeiras do golfo do México, próximo das actuais cidades de Veracruz e Papantla, quem produzia a baunilha e a fornecia aos astecas.
Os espanhóis descobriram a baunilha no início do século XVI por ocasião da conquista da América Central. Tudo leva a crer que o conhecimento decisivo da baunilha está efectivamente ligado à chegada dos espanhóis a Tenochtitlan, e ao encontro de Hernán Cortés com o tlatoani Moctezuma II, descrevendo-a Bernardino de Sahagún, frade franciscano espanhol, nos costumes e em particular no uso da baunilha para aromatizar o chocolate. A primeira referência escrita à baunilha que se conhece, bem como a primeira ilustração, constam no Códice Florentino, de 1552, cuja referência constitui igualmente a primeira a uma orquídea do Novo Mundo.
A baunilha é composta de óleo graxo e ácido benzóico, tem propriedades excitantes, favorece a digestão e admite-se ser afrodisíaca, antiespasmódica e emenagoga. Serve sobretudo como aromatizante, sendo muito utilizada em chocolates e na preparação de doces. Pode ser encontrada em tabletes, em pó, em tintura e em vagem. É um dos excitantes mais agradáveis da matéria média e reputada afrodisíaca por excelência.
O sorvete ou gelado é um tipo de guloseima gelada. Tecnicamente, é denominado gelado comestível e definido como um produto alimentício que é obtido ou a partir de uma emulsão de gorduras e proteínas, com ou sem adição de outros ingredientes e substâncias, ou a partir de uma mistura de água, açúcares e outros ingredientes e substâncias que tenham sido submetidas ao congelamento.
Em ambos os casos, a produção deve ocorrer sob condições tais que garantam a conservação do produto no estado cremoso, parcialmente congelado durante a armazenagem, o transporte e a entrega para consumo.
As mais antigas referências sobre as origens do sorvete incluem uma história sobre o imperador romano Nero (37-68), que teria mandado trazer neve e gelo das montanhas e misturá-lo com frutas, e outra do imperador chinês King Tang (618-697), que teria um método de combinar leite com água do rio.
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