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sábado, 26 de março de 2011

A ILHA DOS AMORES




O mito da Ilha dos Amores é contado por Luís de Camões, nos Cantos IX e X d'Os Lusíadas. Nestes cantos, é relatada a vontade da deusa Vénus em premiar os heróis lusitanos, com um merecido descanso e com prazeres divinos, numa ilha paradisíaca, no meio do oceano, a Ilha dos Amores. Nessa ilha maravilhosa, os marinheiros portugueses podiam encontrar todas as delícias da Natureza e as sedutoras Nereidas, divindades das águas, irmãs de Tétis, com quem se podiam alegrar em jogos amorosos. 

Durante um banquete oferecido aos Portugueses, a ninfa Sirena canta as profecias sobre a gente lusa que incluem as suas glórias futuras no Oriente. Em seguida, Tétis, a principal das ninfas, conduz Vasco da Gama ao topo de um monte "alto e divino" e mostra-lhe, de acordo com a cosmografia geocêntrica de Ptolomeu, a "máquina do mundo", uma fábrica de cristal e ouro puro, à qual apenas os deuses tinham acesso, e que se tornou também num privilégio para os Portugueses. Tétis faz a descrição da máquina do mundo e prediz feitos valorosos, prémios e fama ao povo português. Depois do descanso merecido, os Portugueses partem da ilha e regressam a Lisboa.
O mito da Ilha dos Amores, narrado por Camões, é fruto da sua imaginação, quer povoada dos lugares maravilhosos onde as suas viagens o levaram, quer influenciada pelas míticas ilhas da literatura grega ou de outras lendas árabes e indianas. A moral pagã opõe-se aqui à moral cristã, da mesma forma que os novos ventos da mudança do renascimento de inspiração grega se opõem às limitações e ao pensamento medíocre da Inquisição.
Neste episódio simbólico da Ilha do Amores, Camões tenta imortalizar os heróis lusitanos que tão grandes façanhas fizeram em nome de Portugal.


                                                                              Ó que famintos beijos na floresta,
                                                                              E que mimoso choro que soava!
                                                                              Que afagos tão suaves, que ira honesta,
                                                                              Que em risinhos alegres se tornava!
                                                                              O que mais passam na manhã, e na sesta,
                                                                              Que Vênus com prazeres inflamava,
                                                                              Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,
                                                                              Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.
Camões declamou Os Lusíadas à inquisição que os aprovou... 

2 comentários:

  1. Josmael....
    Teu blog é mesmo um grande barato!
    Ótimas fotos, ilustrações, linda a proposta do blog!
    Resgata a tradição secular portuguesa de sempre andar por mares nunca dantes navegados!
    Já sou seu seguidor!!!!!!

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  2. Obrigado a todos pelos comentários oferecidos. É assim uma boa forma de comentarmos a história.
    Estarei sempre à vossa disposição.

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